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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Ainda existem Beethovens?

" Bom dia, em 7 de julho [de 1812]

Embora ainda esteja na cama, os meus pensamentos vão até você, minha Amada Imortal, agora felizes, depois tristes, esperando para saber se o destino nos ouvirá ou não. Eu só posso viver completo contigo ou não viver. Sim, estou decidido a vaguear assim por muito tempo longe de você até que possa voar para os seus braços e dizer que estou em casa, e poder enviar a minha alma envolta em você ao reino dos espíritos. Sim, isto deve ser tão infeliz. Você será mais contida quando souber da minha fidelidade à você. Outra jamais poderá ter o meu coração, nunca, nunca, Oh, Deus! Por que um precisa estar separado do outro quando se ama. E, no entanto, a minha vida em Viena é agora uma vida miserável. O teu amor me faz ao mesmo tempo o mais feliz e infeliz dos homens. Na minha idade eu preciso de estabilidade, de uma vida tranqüila. Pode ser assim na nossa relação? Meu anjo, acabo de ser informado que o carteiro sai todos os dias. Por isso devo terminar logo para que você possa receber a carta logo. Fique tranqüila, somente através da consideração tranqüila de nossa existência podemos atingir o objetivo de vivermos juntos. Fique tranqüila, me ame, hoje, ontem, desejos sofridos por você, você, você, minha vida, meu tudo, adeus. Oh, continue a me amar, jamais duvide do coração fiel de seu amado, Ludwig.
Sempre teu
Sempre minha
Sempre nosso. "


Sinceramente, pensei em que podia escrever no blog essa semana. Como comprei o livro Cartas de Amor de Homens Notáveis, pensei: por que não redigir uma carta de amor que me chamou a atenção? Ludwig van Beethoven foi o escolhido.
 Beethoven me surpreendeu pela forma como escreve para sua Amada Imortal, que convenhamos, é muito sortuda(isso se você que me lê se derreteu enquanto passava os olhos pela carta). 
Depois de ler silenciosamente a carta, fiquei me imaginando como a sua Amada Imortal. Fiquei imaginando quantos homens há com a coragem de escrever tão lindamente como ele... e claro, não obtive respostas. Não por não ter mais homens como ele, mas por eu não saber se eles têm a coragem que Ludwig teve ou não. E isso, só será revelado com o tempo: quem sabe eu não recebo uma carta como esta?


sábado, 20 de agosto de 2011

Onde o amor pega

Amor... quatro letras que juntadas, formam a palavra que move o mundo. Ela não tem conceito, não tem cor, não tem cheiro, não tem limites. Apenas está alí para nos fazer viver, chorar, rir, gritar, e até às vezes, nos confundir.
Ele nem sempre precisa ser a primeira vista. Mas no final, vai ser amor. Ele não nos faz dizer o que pensamos, mas nos faz dizer o que queremos. Ele é esperto: nos faz de bobos nas piores horas possíveis, nos dando a chance de ter as melhores horas impossíveis.
Com ele, dizemos coisas idiotas e fazemos ações desastradas... e em troca, ganhamos um coração. E quando uma pessoa nos diz: ''-Eu te amo'', ele nos faz omitir: ''-Eu também te amo'' ao invés de um simples: ''-Eu também''. Ele não faz sofrer, e sim viver.
Ele é doido, insano, entra na mente de qualquer um sem hora marcada e sem bater. Ele é viciante. Por mais diferentes e distantes que duas pessoas podem ser, ele entra em ação, jogando um balde de água nelas, molhando-as com a clareza de que foram feitas uma para a outra, sem deixar de ser quem são.
E quando nos pega, fixa-se em nós de uma maneira tão forte, mas que nos deixa leve como uma pluma. E se apenas os loucos o entendem... que seja! Até que os "normais" o encontrem e discordem, levando-os a entender de que o amor não escolhe as pessoas pela loucura. Ele as escolhe pelo coração.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mudanças contínuas

Ontem tímida, hoje extravagante
Ontem doce, hoje salgada
Ontem medrosa, hoje corajosa
Ontem simples, hoje complicada
Ontem boa, hoje má.

Ontem rosa, hoje vermelho
Ontem fria, hoje quente
Ontem amarrada, hoje solta
Ontem gata, hoje onça
Ontem novela, hoje teatro.
Ontem indecisa, hoje também.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Silenciosamente, eu me comparo

Hoje assisti Sex and the City - O Filme, pela sexta ou sétima vez. Sei lá, na verdade é incontável. Mas hoje, somente hoje, eu me perguntei o que realmente chama minha atenção pela série e pelos filmes de quatro amigas inseparáveis. Buscando a resposta para a dúvida cruel, achei o que não esperava encontrar: honestamente, eu não sei. Não sei porque me sinto entusiasmada e feliz quando vejo cada cena que se passa pelas protagonistas.
Não sei se é a esperta Carrie, a divertida Samantha, a tradicional Charlotte ou a prática Miranda que me chama atenção. Ou talvez seja a luxuosa vida na agitada Manhattan. Quando assisto a cada cena, me sinto tão perto, como se estivesse no meio das quatro amigas.
Às vezes, me sinto como elas em algumas situações. Não que eu tenha desentendimentos com alguém parecido com Mr. Big, ou sonhe alto como Charlotte, mas não comparar algumas cenas da ficção com cenas da vida real, é inevitável. Mas quando o luxo da vida de Carrie e suas ''meninas'' vem á tona, nada se compara ao tal.
Realmente, nunca vi tanto luxo e beleza em uma pessoa, ou melhor, em quatro, como vi nessas mulheres. Meus olhos se inundam por um brilho irreparável, mesmo sabendo que posso facilmente não ter a glamourosa vida de Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda. Agora, quanto às emoções e situações por elas vividas, tudo é tão simples e divertido que me torna uma fã louca.
Não reclame, é quase impossível não reagir aos “conflitos” – e ao modelitos usados, caso você que me lê seja mulher - vivenciado pelo quarteto. E você mesmo vai se pegar comentando algo. Seja no primeiro ou no segundo filme. Ou nos episódios da série.
E termino esse singelo post, com uma frase da eufórica, louca e fabulosa Samantha: "Eles são homens. Eles não falam, brigam. Eles não conseguem evitar. É toda aquela loucura de testosterona. Deus abençõe." Incrível como sempre.

Miranda, Samantha, Carrie e Charlotte no primeiro filme.






segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Carpe Diem

Vivemos atormentados pelas ações passadas que não podem mais ser alteradas, na esperança de refazer o que já foi feito, reviver o que já foi vivido.
O que passou, passou e o que virá, virá. Parecemos espectadores cativos do mesmo cinema velho e sombrio, onde reprisa filmes de terror contendo nossos erros. E ao invés de aprender com eles, e arquivá-los, apenas voltamos á bilheteria para comprar um bilhete para a próxima sessão.
Ficamos ansiosos com um futuro que só podemos ter, se soubermos resolver as questões do presente, dando mais vida ao dia, mais vida à noite, mais vida à vida.
Não existe viver o ontem ou o amanhã. Somente o hoje.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O que era?

Era eu,
Era fotos,
Era o Big Ben,
Era o Rio Tâmisa,
Era a London Eye,
Era a Catedral de Westminster,
Era o Palácio de Buckingham,
Era a Piccadilly Circus,
Era inverno,
Era neve,
Era eu,
Era Londres,
Era apenas um sonho.



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Aquela que se remexe

A menina que se remexe pela cama, não tem consciência de menina.
Sua estatura é de um metro e cinquenta e dois, um pouco alta para seus dez anos; e é tão magra que chega doer, beirando nos trinta e cinco quilos. Sua pele pálida suave, abriga marcas de sangue e sofrimento que não deveria ter numa menina de dez anos. Seus cabelos louros e lisos se encaixam perfeitamente no seu rosto oval, no seu nariz levemente torto, nos olhos cinzas, nos lábios finos e no queixo pequeno.
A voz rouca que sai de sua boca, atinge em cheio quem a ouve. A única vez que a vi, estava vestindo sua camisola branca, grande demais para seu corpo magro. Seu rosto angelical engana sua personalidade forte e demoníaca, que sempre chama a atenção de quem a vê naquele estado; seu temperamento calmo pode se transformar num piscar de olhos. E, por fim, nos seus olhos profundos seu objetivo é evidente: levar outra alma boa para o inferno.
Aquela que se remexe pela cama, é a mesma que me deixou no fogo e agora estou perambulando pelas ruas, em busca de paz e tranquilidade, algo que sei que nunca vou encontrar.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Preferi não preferir

Quais são seus livros favoritos? Seus filmes? Suas músicas?
Essas perguntas definem uma pessoa e faz com que as outras a veja o quanto interessante é ou não. Eu, por incrível que pareça, leio e ouço essas preferências. Agora, se me pedem as minhas, vou logo dizendo:''-Não tenho coisas preferidas''. Acho que sou elástica. Vou do românce ao terror, do soul ao pop. Há quem discorde da minha maneira de ser. Não ligo. Não escolhi minha família e meus amigos pelo que eles gostam. E os amo muito. Minha preferência? Preferi não preferir.