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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Aquela que se remexe

A menina que se remexe pela cama, não tem consciência de menina.
Sua estatura é de um metro e cinquenta e dois, um pouco alta para seus dez anos; e é tão magra que chega doer, beirando nos trinta e cinco quilos. Sua pele pálida suave, abriga marcas de sangue e sofrimento que não deveria ter numa menina de dez anos. Seus cabelos louros e lisos se encaixam perfeitamente no seu rosto oval, no seu nariz levemente torto, nos olhos cinzas, nos lábios finos e no queixo pequeno.
A voz rouca que sai de sua boca, atinge em cheio quem a ouve. A única vez que a vi, estava vestindo sua camisola branca, grande demais para seu corpo magro. Seu rosto angelical engana sua personalidade forte e demoníaca, que sempre chama a atenção de quem a vê naquele estado; seu temperamento calmo pode se transformar num piscar de olhos. E, por fim, nos seus olhos profundos seu objetivo é evidente: levar outra alma boa para o inferno.
Aquela que se remexe pela cama, é a mesma que me deixou no fogo e agora estou perambulando pelas ruas, em busca de paz e tranquilidade, algo que sei que nunca vou encontrar.

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